A palavra negaça significa genericamente: “1
engodo; isca; 2 gesto; movimento ou comportamento para atrair ou
provocar alguém, enganando ou iludindo; 3 não aceitação; recusa”. Assim como a palavra negaciador quer dizer: “1 o que faz gestos para atrair alguém; que ou o que provoca”, bem como a palavra negaciar seria: “ 1 atrair, provocar com ofertas ilusórias ou enganadoras; 2 recusar; negar; fazer negaças” (2006:1173, Dicionário da Língua Portuguesa. Porto Editora).
Se o significado da palava negaça estivesse contido com clareza nesses
engodos todos, teriamos que nos perguntar quem seria o virtuoso senhor
detentor da resolução dessa questão. Mas como isso não se mostra
possível, pois há pelo menos 7 significados somente para a palavra negaça
que não nos permite entender com clareza a mesma. Assim como várias
palavras sinȏnimas que cansa os olhos de quem busca o siginificado negaciador. E de igual modo acontece com a palavra negaciar,
onde percebe-se em torno de 9 outras palavras que só nos remete à algo
repetitivo… Mas não podemos exigir muito dos dicionários, apesar de nos
contocermos para desejar entender que algo não está claro.
Para nós outros do mundo capoeiristico, entretanto, a palavra negaça, mas sobretudo negaciador e negaciar,
quando em intrínsica relação com as engenhosidades comportamentais do
capoeirista no jogo, sejam físicas ou psíquicas, se ampliam de
sobremodo. Mostrando-nos um leque gigantesco de possibilidades para o negaciador, entendido por este ângulo como o próprio capoeirista. Tanto quanto o ato de negaciar por ele apresentado, seria uma negação tecnico e ao mesmo tempo estético-simbólico a fim de que com ofertas ilusórias nas
suas negaciadas, possa apresentar uma linguagem corporal, afirmando-se
na contradição da circunstância de “não querer” ser ou fazer algo, para
angariar confiança as vezes quase cega do outro, pela crênça que
desenvolve nele de que nenhum perigo se sucederá, mas que em verdade, a
malícia ronda uma cituação frágiu no jogo para se manifestar claramente. A condição negaciar, portanto, produzida pelo negaciador,isto
é, pelo capoeirista, surgiria aqui na ação que se desdobraria desde a
recusa instintiva ou natural que o mesmo aprende para manutenção de sua
vida emocional e física no jogo da capoeira, bem como no jogo da vida.
E, esboçando determinados comportamentos na matreiragem da aparente desorganização de seu jogo, atrai e destraí o outro de um modo tão refinado, que para o negaciador, não seria a negaça o
ato ou o efeito tão-só de enganar em si mesmo ou o ponto central da
questão, mas os meios pelos quais se expressa a arte na Capoeira, e com
ela, as capacidades do capoeirista.
O Grupo Negaça Capoeira para alguns, poderá pois, ficar em termos de significado – negaça –,
enserrado nas afirmações dicionarizadas. Situação esta que não nos
impele a perder tempo com contendas. Porquanto, não somente a palavra negaça e suas derivadas como dissemos acima, mas todas num só sentido representativo e simbólico, tráz para os líderes do Grupo Negaça Capoeira, o espírito do saber viver; e de querer permanecer vivo pela sua condição de imortalidade; utilizando-se da arte de negaciar com
a vida e as pessoas, não somente como defesa física ou emocional,
tampouco para vencer a tudo e a todos, mas para tentarmos contrabalancar
os pólos positivos e negativos da condição humana, bem como o caracter
afirmativo-negativo poetizado na filosofía da Capoeira por Mestre
Pastinha, quando se referio à saga do capoeirista no jogo. O Negaça Capoeira
seria, em ultima instância, um veículo simbólico-representativo da
condição dialética da Capoeira, no campo dos seus vários saberes,
atributos e das disciplinas científicas auxiliadoras na produção de
novos conhecimentos. Que enrriquecem, ampliam e explicam com mais
exatidão certas especialidades da Capoeira enquanto Entidade Cultural
Esportiva de Caracter Mundial.
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